quarta-feira, 15 de julho de 2009

Câmbio é bom negócio ? - Por Rodrigo Prol

Este mês "comemorou-se" 15 anos do "Plano Real", que todo mundo fala que foi obra governamental, mas na verdade foi elaborada por estudiosos da Unicamp e foi "adotada" por partidários do PSDB para fins eleitoreiros e pegando carona do começo da "estabilidade" econômica capitalista mundial (entre aspas mesmo pois não significa muita coisa ter inflação controlada pura e simplesmente), foi responsável do término de um cultura nacional adotada por duas décadas, que era o costume de conviver mensalmente com altos índices de inflação, cujo ápice se deu no fim dos anos 1980 e na véspera desse plano de estabilização econômica. Bem, citando um dos tópicos dessa gama, será mencionada a estabilização cambial da moeda local (real, no caso do Brasil) com moeda estrangeira (dólar estadunidense) vigente na compra e venda e nos mercados comercial e paralelo.

Voltando um pouco mais do tempo, até meados da Segunda Grande Guerra, o grama do ouro era o q ditava o ritmo cambial, mas devido ao forte peso do dólar somado ao acúmulo de reservas cambiais fabulosa no período pós-guerra, a moeda estadunidense passou a ter o maior valor em relação ao ouro e por quase meio século, ditou o ritmo cambial Mundo afora, seja para fins especulativos, seja para fins comerciais. Retornando à época contemporânea e voltando ao assunto, o Real no começo do período do Plano tinha uma forte impressão de força perante ao dólar...Para vocês terem noção, em agosto de 1994, chegou ao patamar mais baixo historicamente falando pois US$ 1 chegou a valer R$ 0,67 !!!!! E isso estimulou e muito o consumo de produtos importados, uma vez que chegavam ao mercado nacional com preços bem mais em conta (e qualidade bem superior em muitos casos) em relação aos produtos locais. Entende-se que foi o fato culminante para o começo da onda de desemprego na Economia Brasileira, pelo qual não se recuperou totalmente.

Muito consumo por produtos importados e procura igualmente grande acarretaram uma gradual subida da cotação do dólar por 4 anos, sendo que não foi percebida (ou ao menos ignorada) pela parcela maior da população (da classe média para níveis mais rasos), até o momento em que houve uma primeira crise cambial séria, em janeiro de 1999, cujo Governo do Estado das Minas Gerais decretou um calote no pagamento das dívidas, somado a uma situação nada boa economicamente falando nos países tidos como "emergentes", resultou-se num salto sem igual na cotação, sendo benéfico somente para aqueles que usavam a moeda americana para fins de economia e ainda assim, terem adquirido antes desse sobressalto !!! Por motivos políticos, econômicos e de cunho Mundial (exemplo: 11 de setembro de 2001, a Queda das Torres Gêmeas) deram a impressão de que o dólar iria disparar ao ponto de que em dezembro de 2002 chegou a custar a uma bagatela de R$ 3,99 por um mísero de dólar. E no ano seguinte, pegando novamente um vento à favor na Economia Mundial, o dólar passou a ter a cotação novamente mais baixa e se estabilizou até a tão falada Crise Mundial de setembro do ano passado, em que teve sucessivas oscilações, até chegar ao patamar próximo de R$ 2 para US$ 1 até o momento.

Porque tantas voltas ? Pelo simples fato de que a Economia Mundial, incluindo a brasileira, ainda está atrelada ao câmbio...Sobretudo para fins especulativos que não produzem um prego !! Mas que podem determinar uma crise sem precedentes...O porque disso ? Esse "boom" de produtos importados com qualidade tida como superior e com preço menor favoreceu o consumo de tal maneira que quase quebrou a Economia Nacional propriamente dita...Por outro lado, o dólar mais alto, afugenta os investimentos de tal forma que ficaria inviável haver instalações de empresas estrangeiras que pudessem empregar os locais para geração de riqueza. E aí fica numa encruzilhada dependente de câmbio: Abertura Econômica versus Proteção à Economia Nacional ? Qual é a melhor saída ?!

O melhor seria o meio termo, usado com muito critério e levando em consideração o cenário econômico Mundial neste momento. Porém, a política se intromete nesse assunto de tal maneira que fica impossível de haver alguma idéia sensata por parte de autoridades e de "entendidos" da Economia para fins de apontar soluções para que o câmbio não se torne um vilão a mais nessa conjuntura de problemas que deixam qualquer país dependente de divisas externas à bancarrota !!!

Encerro com uma pergunta: No lugar de qualquer Ministro da Economia ou de algum Presidente de um Banco Central o que você faria ? Manteria a sensatez de buscar soluções nas raízes dos problemas econômicos ou arriscaria em ouvir idéias puramente políticas para fins de mostrar que a Economia vai bem aparentemente falando ?!

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