sexta-feira, 31 de julho de 2009

Automobilismo Seguro ? - Por Rodrigo Prol

No mês que se encerra, Julho, foi marcado por uma fatalidade, na Fórmula 2, e uma quase mortis de um piloto de ponta na Fórmula 1 por incidentes semelhantes em essência mas com desfechos diferentes e prova-se mais uma vez que não existe, por mais que tente, uma categoria de esporte a motor 100% a prova de acidentes que possam levar à morte.

Vamos fazer um resumo dos acontecimentos: numa etapa em Brands Hatch (Inglaterra), da Fórmula 2, houve uma rodada por parte do piloto britânico Clarke, porém uma roda se desprendeu do carro e "passeou" no meio da pista e teve o azar de encontrar no meio do caminho, o piloto Henry Surtess (filho mais novo do Campeão de Fórmula 1 de 1964, John Surtess) e atingiu em cheio o capacete do jovem...Desacordado, foi apenas um passageiro no decorrer do trajeto até se chocar no guard-rail numa curva seguinte. Foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu 3 horas depois do incidente. Dias depois, na sessão de qualificação do GP da Hungria de Fórmula 1, em Hungaroring, a mola pertencente ao carro do Rubens Barrichello (Brawn-Mercedes) se desprendeu na 2º parte do treino. O problema é que nenhum fiscal de pista percebeu a peça solta na Curva 4 no intevalo entre a final da sessão até o começo da qualificação final. Embora tenha um peso de aproximadamente 1 kg, a peça se torna altamente letal por conta da força da gravidade e da velocidade do carro naquele trecho...O brasileiro Felipe Massa (Ferrari) passava por aquele setor para obter melhor classificação qdo foi atingido por essa peça de raspão e entre a viseira e o capacete e foi passageiro até parar na proteção de pneus na Curva 5. A imagem do piloto sendo levado ao Hospital Militar de Budapeste é realmente chocante pois mostra o piloto semi-acordado, mas com um tremendo inchaço no local cuja mola atingiu. A sorte dele é que atingiu 2 centímetros acima do globo ocular e na parte mais sensível da viseira, caso contrário teria sim uma possibilidade real de morte instantânea, até. Felizmente, até o momento, a recuperação do Massa é surpreendente, mas por questão de bom senso, provavelmente não pilotará pelo resto da temporada.

Fazendo um histórico de categorias de monopostos sobre incidentes desse tipo, um deles merece destaque: em 1972, no GP da França (Circuito de Charade, em Clermont-Ferrand), o piloto austríaco Helmut Marko (BRM) (hoje um dos nomes mais influentes da Red Bull Racing e da Squadra Toro Rosso) andava atrás do Ronnie Petterson (Lotus) quando o sueco passou por cima de um pedregulho que estava no meio da pista e a pequena rocha atingiu em cheio a viseira do piloto austríaco e mesmo ferido, conseguiu parar o carro num local seguro...O diagnóstico: perda total na visão de um dos olhos por causa do acidente, tanto é que até os dias de hj, o Marko usa o olho artificial e embora afastado das pistas como piloto, virou dirigente de sucesso na História Recente da Categoria.

Por mais que tentem melhorar a segurança dos carros e das pistas (que entre nós, em alguns casos beira à exagero), sempre haverá alguma fatalidade que possa acontecer em qualquer pista do Mundo, mesmo numa pista tida como a mais segura do Mundo. A História mostra isso desde que as categorias monopostas passaram a se preocupar com a segurança, mas por fatores isolados e porque não, de azares, há momentos em que a morte ainda se faz presente. Analisando friamente, a morte sempre ronda na mente de cada piloto e isso de certa forma é um combustível para o automobilismo existir.

E entre nós, já pensou se todo mundo ficar com neura e passar a querer encarar as categorias de monopostos como um autorama e cheio de cuidados exagerados em prol da segurança ? Aí sim perderia a graça...Por outro lado, dinheiro e fama podem até fazer a cabeça, mas em primeiro lugar a adrenalina se faz presente, do cara mais novato até o piloto mais bem conceituado.

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